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Eu tenho pra mim -e acho válido pontuar que isso não é uma opinião, é um sentimento- que projeto é ficção científica. Está preso no meio termo entre aquilo que imaginamos -que às vezes é uma maluquice só- e aquilo que conseguimos comunicar. E é importante saber comunicar, trazer pra perto, botar no grid. Arquitetura é a utopia em pontes e a distopia em muros. E isso ao longo dos anos me fez pensar sobre o que, e para além da academia e do exercício da profissão, a arquitetura significa pra mim. E não existe momento em que ela se faça tão forte quanto naquela sensação que vem à tona logo antes de cair no sono, que as sombras mudam e por um pequeno momento surge a sensação de estar em um lugar que já pertenci. É o que gosto de chamar de deja-vu no escuro. O que sempre foi me dito era que o que diferenciava a arquitetura de todas as outras artes era o tempo, a vivência. Pra mim -e para além das obras que admiro, mas não pertenço-, ter um espaço tão enraizado em nós mesmos a ponto de conseguirmos trazer de volta a sensação do tempo que estivemos nele, é o grande momento da arquitetura. É o momento ordinário em que pertencemos.